Dois de Fevereiro de 2001
O dia amanheceu frio. O céu estava encoberto. Nao havia o mais peqeno sinal de qe aqele seria um dia sereno. Um dia aproveita’vel. E realmente nao foi.
O telefone tocou. Logo de manha cedo. E nao, nao era normal acontecer. Percebi logo qe algo se tinha passado. Algo de terri’vel. Algo qe eu temia havia tanto tempo. Algo qe mudou a minha vida de uma maneira tao profunda qe ainda hoje, passados seis anos, as mudanc,as permanacem.
Atendi o telefone. Bastou ouvir o choro do outro lado para me aperceber do qe tinha acontecido. Para as minhas suspeitas se confirmarem. Para me aperceber do quao vazia a minha vida se encontrava a partir daqele momento.
Por momentos nao qis pensar. Resignei’me ao silencio. Qis manter’me afastada de tudo o qe acontecia. Mas por mais qe tenha tentado nao consegui. Senti’me num universo paralelo. E nao qis aceitar a realidade. Nao qis aceitar o qe tinha acabado de acontecer. Era demasiado injusto.
Quando me deram a noti’cia foi como a concretizac,ao daqela noti’cia tao terrível. Senti o meu corpo gelar. Nao conseguia respirar. Nao conseguia seqer pensar. Como? Nao era justo. Nao era justo algue’m tao importante desaparecer da minha vida daqela maneira.Lembrei’me dos u’ltimos tempos. O qe passei. O qe sofri com a tua doenc,a. O quanto qis qe aqele tormento passasse. O quanto desejei qe ficasse tudo bem (de novo). Mas nao ficou. Partiste. Fiqei sozinha. E mesmo passado estes seis anos continuas a fazer parte de mim. Como uma ferida aberta qe sei qe nunca sarara’.